terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

?!?


E quando dás por ti a pensar em toda a tua vida? Pois é. Foi do nada que comecei a pensar em tudo: em tudo o que me faz bem e o que me faz mal. É irónico por breves momentos sentir que, o que me faz mal pode-me fazer bem, assim como, o que me faz bem pode-me fazer mal. Então é aí que nasce uma pequena confusão na minha cabeça e me surgem as dúvidas. Dúvidas estas que não me levam a lado nenhum. Continuo perdida em mim mesma e não encontro nenhuma saída á minha volta. Gostava de poder dizer que as coisas são fáceis de obter, realizar (…) Mas não é! Quando tudo parece estar bem, os nossos pés recuam para junto das pegadas deixadas, uniformizando-as.
Um dia: conseguir-me-ei mover para a saída mais próxima, olhando para trás e ver as minhas pegadas serem apagadas, como se eu nunca tivesse passado por ali. Até lá, vou caminhando e vou tropeçando .

Olgaloureiro

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mas ..

Mas talvez não seja assim. Talvez tenha escolhido o caminho oposto para alcançar o entendimento. 
Quanto mais penso, me organizo e me respondo, mais dúvidas tenho e menos satisfeita me sinto. A pouco e pouco, comecei a perceber que não há respostas para tudo. E as poucas que existem, ou são erradas ou são absurdas. E é então que baixo os braços, entrego as armas e desisto a favor do silêncio, que é tudo o que me resta. Mas o silêncio nunca traz respostas. 
Instala-se como um tirano que ocupa todas as casas e jardins no mundo, que manda prender e torturar todos os que falam, que se escondem atrás da indiferença, do desinteresse, do vazio, da distância, tentando convencer-me de que é melhor assim, como se as palavras vivessem todas na caixa de Pandora e fosse um crime para a humanidade abri-la e deixá-la respirar.

Olgaloureiro

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

hoje é o teu dia*

Mais um ano que coacervaste . Apesar de já não estares presente entre nós, não deixa de ser o teu dia, não deixa de passar os anos e não serás esquecido.

           Tenho poucas recordações tuas, mas ao mesmo tempo são muitas! Lembro-me quando era pequenina e ansiava a tua chegada para me dares aquele ovo kinder que eu tanto gostava de comer no fim do almoço. A recordação que eu tenho mais intensa tua, é apenas uma, e acredita, é aquela que mais me dói relembrar. Tinha oito anos apenas quando tu fizeste com que começasse a crescer mais rápido do que era o habitual. A tua vida ficou suspensa dois anos naquela cama. Não falavas, tinhas sondas para comer e urinar. Sabes o medo que eu tinha de chegar perto de ti, inocência de criança, assim o entendias. Aos poucos fui superando o meu medo e cada dia que passava mais perto de ti ficava. 

              Quando vinha da escolinha, lá estavas tu, sentado naquele sofá, ao pé da janela. Não falavas, mas os teus olhos diziam tudo quando me vias. Era doloroso, fazeres aqueles sons com a boca, ao esforçares-te, para poderes falar comigo. Assim se passaram aqueles dois anos amargurados da tua vida! Ajudava a minha mãe no que podia. Fazia sempre questão de ser eu a dar-te o comer pela sonda, pois não podia fazer muito mais, era uma miúda de oito anos. Como é possível, eu tão pequena, sem saber o que era a vida, e tu seres uma grande preocupação minha? Lembro-me como se fosse hoje, a tua última semana de vida! Quando o enfermeiro te foi ver pelas últimas vezes, e ele sim, sabia que estavas de partida. Nunca quis dizer a verdade á minha mãe, pois ela já andava a sofrer bastante com o teu estado, eram dias sobre dias naquela angústia!              Os teus dedos dos pés já estavam a querer cair e aquela espuma branca que largavas pela boca constantemente, já faziam com que a ela desconfiasse que alguma coisa não estava bem. E assim foi, em Maio, naquela madrugada de sábado quando tudo aconteceu. A minha mãe acordou sobressaltada. Foi ter contigo ao quarto. Lá estavas tu a largar aquela espuma novamente, até que ela te agarrou sobre os braços dela, abanou-te e chamou por ti. E assim foi que te despediste: olhaste nos olhos dela, encostaste a tua cabeça sobre o peito dela e deste o teu último suspiro.


Serás sempre relembrado, Parabéns avô <3

Olgaloureiro

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

...

Eu dei conta que se chega a um certo tempo na nossa vida, que aprendemos que ninguém nos decepciona, e que na verdade nós é que temos o hábito de criar demasiadas expectativas nas pessoas. Cada um é como é e oferece aquilo que pode oferecer.
     Da vida, não quero muito.
Quero apenas saber que tentei tudo o que quis, tive tudo o que pude, amei tudo o que valia, e perdi apenas o que, no fundo, nunca foi meu.

                Não te esqueças : a felicidade bate á porta mas não roda a maçaneta. quem decide se ela entra ou não, és tu! 

Olgaloureiro